Se dedica as visitas no tempo dele.
“Que a palavra de Cristo habite ricamente em vocês. Instruam e aconselhem-se mutuamente em toda a sabedoria…” (Colossenses 3:16a)
Nem sempre é fácil, na correria do dia a dia, um pastor conseguir se dedicar a assistência espiritual de suas ovelhas. Mesmo que uma das atribuições mais importantes da ação pastoral seja o aconselhamento e a visitação, ainda assim, um pastor precisa estar disposto para pastorear individualmente os irmãos da igreja. É evidente que isso não quer dizer que os pastores devem estar disponíveis a qualquer momento quando os membros da igreja solicitarem, mas que o coração do pastor precisa ser encorajado a participar da vida da igreja e, assim, ser objeto da confiança de suas ovelhas para auxílios particulares.
É verdade que muitos irmãos esperam algum tipo de relacionamento próximo com os pastores o que seria praticamente impossível em uma congregação maior do que 10 pessoas. Imagine em uma igreja com 100, 200, 500 membros?! Uma igreja com muitos membros traz muitas outras demandas as quais um pastor precisa atender. E é exatamente por isso que, normalmente, as igrejas maiores necessitam de mais de um pastor para poder aconselhar e visitar os irmãos que necessitam. Diante disso, é bastante comum que as igrejas tragam pastores auxiliares para trabalhar prioritariamente com aconselhamento e visitação.
Deus fala atravês do pastor.
Ao longo dos anos, no entanto, passei a perceber que aconselhamento e visitação é uma das tarefas mais difíceis de realizar. Isso porque existe muita confusão a respeito do que seriam estes expedientes. Infelizmente, pela prática equivocada de muitos pastores, o aconselhamento pastoral se tornou sinônimo de uma orientação ‘rala’, seguida por uma oração genérica. Ao mesmo tempo, a visitação, para alguns, é apenas uma desculpa para que o pastor bajule alguns membros da igreja, principalmente aqueles com dízimos mais ‘significativos’ (como se existisse algum dízimo que, diante de Deus, fosse mais significativo que outros…) e atuações mais influentes na igreja – esquecem do mandamento da Palavra que os ordena a pastorear de boa vontade e não por ganância (I Pedro 5:2). E ainda mais triste é saber que alguns membros da igreja desejam isso – querem se sentir bajulados pelo pastor, como se precisassem disso para permanecerem na igreja.
Evidentemente, o aconselhamento e a visitação que a Bíblia, a Constituição da IPB e a boa prática pastoral ordena aos pastores está bastante longe destas coisas. Quando a Bíblia ordena que os pastores pastoreiem o rebanho de Deus, certamente, o Senhor, através do apóstolo Pedro, não estava dizendo para os pastores irem na casa dos irmãos bater papo e tomar cafézinho. Quando a Constituição da Igreja diz que o pastor deve prestar assistência pastoral (Art. 36 – CI-IPB), certamente não está dizendo que o pastor é o terapeuta ou psicólogo da igreja.
Apesar disso, certamente a prática da assistência pastoral é algo que você deve esperar do seu pastor. Mas esteja disposto a passar por um processo de aconselhamento com mais do que um simples encontro ocasional e disposto a entender que a visitação é parte deste processo.
Em Cristo,
Rev. Thiago Mattos
Igreja Presbiteriana do Tarumã
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