Honrar aqueles que não merecem.
“Mas aquele que está sendo instruído na palavra compartilhe todas as coisas boas com aquele que o instrui.” (Gálatas 6:6)
É muito difícil honrar aqueles que não merecem. Ainda que a Bíblia nos ordene respeitar as autoridades, quando nós falamos sobre aqueles que praticam o mal, são injustos e corruptos, nós temos muita dificuldade de honrá-los. E, ainda que seja difícil, somos chamados a denunciar o pecado e a maldade com respeito e submissão. No entanto, observe que curioso: o apóstolo Paulo também traz uma ordem sobre os crentes – o dever de abençoar àqueles que têm a responsabilidade de instruir na Palavra. A Bíblia facilita a vida dos crentes ao dizer “vocês devem abençoar aqueles que abençoam vocês!” Se é difícil respeitar e abençoar quem nos faz mal, então, deveríamos achar fácil abençoar aqueles que nos fazem bem, certo?
Acontece que, infelizmente, isso nem sempre é verdade na vida da igreja. Na verdade, o que muitos pastores recebem é a murmuração dos irmãos, mesmo quando se esforçam para instruir a igreja na palavra, de acordo com seu chamado ministerial. É óbvio que os pastores são imperfeitos e limitados e, por causa disso, sempre deixarão ‘buracos’ na sua atividade ministerial. Mas perceba que quando falamos mal dos pastores, estamos colocando aqueles que nos instruem na Palavra no mesmo patamar daqueles que exercem a autoridade, mas que o fazem com corrupção e injustiça.
Inferiores e superiores.
O Catecismo Maior, em sua pergunta 127, diz assim: “Qual é a honra que os inferiores devem aos superiores?” A honra que os inferiores devem aos superiores é toda a devida reverência em coração, em palavras e em procedimento; a oração e ações de graças por eles; a imitação das suas virtudes e graças; a pronta obediência aos seus mandamentos e conselhos legítimos; a devida submissão às suas correções; a fidelidade, a defesa, a manutenção e o apoio devido à pessoa e à autoridade deles, conforme os seus diversos graus e a natureza das suas posições; suportando as suas fraquezas e encobrindo-as com amor, para que seja uma honra para eles e para o seu governo.
Apesar de nos parecer estranho o Catecismo Maior falar sobre “inferiores e superiores”, precisamos entender que, naquele contexto, os teólogos de Westminster estavam fazendo uma referência àqueles a quem a igreja deveria prestar ‘reverência’ (os reverendos) e àqueles que governavam e cuidavam da igreja (os presbíteros e diáconos).
No entanto, não são apenas estas “coisas boas” que aqueles que estão sendo instruídos na Palavra devem compartilhar com os que instruem: o texto também nos ordena a compartilharmos bens materiais com aqueles que ensinam a Palavra. E, por bens materiais, entenda que isso vai além de dinheiro: um cafézinho, uma gravata, um livro, um presente, uma lembrança singela, uma mensagem de encorajamento. Cada uma dessas coisas demonstra a gratidão da igreja e também expressa o cuidado de Deus sobre a vida dos pastores. O Senhor nos incentiva à generosidade porque a generosidade é um traço do caráter de Deus.
Que Deus nos abençoe,
Rev. Thiago Mattos
Igreja Presbiteriana do Tarumã
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