Ordenação do pastor.
“Não seja negligente para com o dom que você recebeu, o qual lhe foi dado mediante profecia, com a imposição das mãos do presbitério.” (I Timóteo 4:14)
Existem realidades do ministério pastoral que trazem imensa responsabilidade. E nem sempre esta responsabilidade está relacionada com aquilo que o pastor faz, mas com aquilo que Deus e a igreja fazem. É por isso que um pastor, antes da sua ordenação, precisa receber da parte de Deus aquilo que outros irmãos receberam antes dele. E isso se dá de duas formas: uma sendo totalmente extraordinária e a outra ordinária (comum, ‘normal’).
Neste texto, o apóstolo Paulo fala sobre um dom que Timóteo havia recebido mediante profecia e, isto é tão importante para o ministério de Timóteo que, nesta carta, é a segunda vez que Paulo fala sobre isso. A primeira foi em I Tm 1:18 quando ele diz que Timóteo havia recebido profecias a respeito de seu ministério e de sua ordenação. Ao comentar sobre estes textos, João Calvino mostra sobre estas duas realidades gloriosas.
Chamado capacitador e soberano.
Primeiro, João Calvino fala sobre esta realidade extraordinária de que Timóteo, como jovem pastor, não era simplesmente “eleito” por uma igreja local para que pudesse pastoreá-la. Mas, muito mais que isso, ele havia sido capacitado por Deus através dos dons que recebera mediante profecia para que pudesse ministrar àqueles irmãos. Calvino diz: “Deus não queria que ele fosse admitido ao ofício por meio dos homens, sem ser antes aprovado pela sua própria voz.” E mais: “o Espírito Santo, mediante revelação, designara Timóteo para que fosse admitido à ordem de pastor.” Por causa disso, Timóteo deveria “fazer uso da graça com que fora dotado para a edificação da igreja”.
A segunda perspectiva é que Timóteo foi reconhecido pelo presbitério como pastor: “pela cerimônia da imposição de mãos o apóstolo indica o ato de ordenação ao presbiterato, querendo ele dizer que Timóteo (…) [fora] ordenado através de um rito solene e investido pelo Espirito Santo com graça para o desempenho de seu ofício. (…) A cerimônia não era vazia de sentido, visto que Deus, através do Espirito Santo concretizou essa consagração que os homens simbolizaram pela imposição das mãos.”
Esta dupla realidade traz aos pastores uma responsabilidade imensa: a primeira é o chamado soberano e capacitador do Espírito Santo; a segunda é o reconhecimento da igreja de que este chamado é verdadeiro. Um pastor não é somente alguém que desejou ser pastor (ainda que o “almejar” também faça parte do chamado). E, por causa disso, a igreja precisa olhar para o pastor e reconhecer o seu chamado e, por causa disso, perceber aquilo que Deus fez e faz na vida do pastor. E, da mesma forma, pastor deve experimentar de uma capacitação de Deus, mas também ser reconhecido pelo presbitério para desempenhar este chamado.
Que Deus te abençoe,
Rev. Thiago Mattos
Igreja Presbiteriana do Tarumã
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