A Guerra em Israel é um sinal da volta de Jesus? | Rev. Thiago Mattos

20.10.2023

A Guerra em Israel é um sinal da volta de Jesus? | Rev. Thiago Mattos

Guerra em Israel sinal da vinda de Jesus?

   Sempre que um conflito militar envolvendo o Estado de Israel se desencadeia, muitos cristãos ficam temerosos de que isso seja um sinal da volta de Jesus. E ainda que o motivo pelo qual fiquem com medo seja questionável (afinal, os cristãos não deveriam temer a volta de Jesus, mas celebrar), um conflito envolvendo Israel não é diferente de outros conflitos pelo mundo afora. Por isso, não podemos considerar que uma guerra em Israel seja um sinal do fim dos tempos; no entanto, podemos considerar, sim, a própria existência da guerra como um sinal de que vivemos os tempos do fim.


   Ainda que existam muitos irmãos que olhem para o Estado de Israel (ou para a etnia dos israelenses, ou para o judaísmo, como religião) de maneira especial, fazem isso por verem que existem promessas no Antigo Testamento que estão destinadas especificamente a Israel (ou aos judeus). No entanto, certamente, há alguma confusão teológica nessa visão. Isso porque as promessas que, no AT, eram feitas a Israel nunca foram destinadas a “etnia” israelita (judeus), mas sempre foram destinados ao Israel “espiritual” (o verdadeiro povo de Deus, que hoje, nós chamamos de Igreja). As bênçãos de restauração nunca foram feitas ao Israel “étnico”, mas sim a Igreja do Antigo Testamento – e, sim, nós podemos chamar o Israel espiritual, mesmo no AT, de Igreja. Isso porque entendemos que a igreja “consta do número total dos eleitos que já foram, dos que agora são e dos que ainda serão reunidos em um só corpo sob Cristo, seu cabeça…” (CFW, cap. XXV).

O Israel de Deus.

    Em outras palavras, o Israel de Deus é a igreja: aqueles que tem a fé de Abraão. E sempre foi assim: mesmo no AT, o Israel de Deus sempre foi aquele que tem a fé de Abraão! Todos aqueles que nasceram como ‘etnia israelita’, mas que não tinham o seu coração circuncidado nunca foram “igreja”, como povo de Deus. Caim, por exemplo, era Israel étnico, mas não era alvo das promessas; Esaú também era Israel étnico, mas não era alvo das promessas. Por isso, entendemos que a igreja sempre foi composta daqueles que criam em Deus e que recebem as promessas feitas no AT. Se no AT, não havia vínculo das promessas de Deus à etnia “israelita”, muito menos agora depois do advento de Cristo.

  É evidente, no entanto, que nós devemos considerar que os filhos dos crentes também fazem parte dessa aliança, assim como as crianças que haviam sido circuncidadas no povo de Israel, e que, por causa da graça de Deus, são parte do povo de Deus. No entanto, também devemos nos lembrar que, ao crescerem e saírem dos cuidados dos pais, tornam-se responsáveis pela permanência na aliança. Caso mantenham-se fiéis ao Senhor, permanecem povo de Deus; caso se rebelem contra Deus e não creiam no Senhor, então, são arrancadas da “oliveira” (Romanos 11:17-21).

Promessa de Israel.

    Aqueles que defendem que Israel (ou os judeus) ainda é herdeiro de algumas promessas da parte de Deus argumentam que, alguns textos são para o Israel étnico e outros pro Israel espiritual, minha pergunta é: como definir quando é um e quando é o outro? “Ah, quando fala de restauração de local físico (terra; local geográfico, etc) é pro Israel étnico; quando fala de restauração espiritual é pro Israel espiritual…” – dizem. Mas você concorda que isso é uma hermenêutica complicada? Até mesmo porque é em Jesus que temos o “amém” de todas as promessas. Se o Israel étnico estiver longe de Jesus, então, não há “amém” para essas promessas que teoricamente foram feitas a eles.


   Vou explicar o que quero dizer através de uma passagem: Joel 2 é uma promessa de restauração de Israel pelo derramamento do Espírito. Pra quem é essa promessa? Pro Israel étnico ou pro Israel espiritual? O argumento destes que defendem o Israel étnico é que, se existe uma promessa de restauração à terra, então, esta é uma promessa ao Israel étnico porque em Joel 2 e 3, em meio à promessa de derramamento do Espírito, há promessas de restauração à terra (local geográfico = Israel étnico) Com isso, fica a dúvida: a promessa de Joel 2 inclui os gentios salvos? Se inclui os gentios salvos, então, a promessa nunca foi pro Israel étnico e a terra para qual Deus promete restaurar seu povo não é uma localização geográfica, afinal, se for uma localização geográfica, então, por que poderíamos aplicar a promessa do derramamento do Espírito, que foi cumprida sobre os gentios em Atos, ao Israel espiritual?

Não há uma substituição de Israel pela igreja.

    Percebe que não há uma hermenêutica objetiva pra definir, nas profecias do AT, quais são as promessas pros gentios e quais são as promessas pros judeus? Diante disso, o Israel étnico é exatamente a mesma coisa do espanhol, do chinês, do americano: uma etnia como qualquer outra que precisa receber das promessas pela fé em Cristo e, não um povo “especial” que vai receber promessas específicas.
Substituição ou Continuidade?

   Com isso, não estamos dizendo que houve uma “substituição” de Israel pela Igreja. Ao contrário, cremos na verdadeira “continuidade”; estamos dizendo que o Israel espiritual sempre existiu e continua existindo hoje – este Israel é e sempre será a Igreja: a comunidade daqueles que creem e seus filhos fiéis à Aliança que o Senhor estabeleceu.
Mas, e agora? O que devo fazer a respeito disso?

Ore por todos os países em Guerra.

    Diante disso, qual deve ser o nosso posicionamento ou pensamento com relação a guerra envolvendo Israel, na Faixa de Gaza? O mesmo posicionamento a respeito de outras guerras: 1) orar para que a justiça e a paz sejam estabelecidas, clamando por graça e misericórdia sobre aqueles que vivem em territórios de guerra; 2) entender que, apesar do discurso de vitimismo, existe, sim, um lado que defende a justiça; 3) entender que as guerras – todas elas – servem para mostrar a maldade dos seres humanos e que todos necessitam do Evangelho; 4) perceber que os tempos do fim, vinculados a volta de Jesus, acontecem desde que Jesus subiu aos céus e, por isso, nós já vivemos a Grande Tribulação: Jesus está voltando!


    Ore por Israel; ore pelos árabes; ore pelos russos; ore pelos ucranianos; ore pelo Azerbaijão; ore pela Armênia; ore pela Síria; ore pelo Iêmen; ore por aqueles que vivem em nas comunidades onde existem conflitos entre policiais e traficantes nas grandes cidades em nosso país. Ore para que a justiça e a paz seja estabelecida; ore para que o Evangelho chegue em lugares de conflitos e, assim, a verdadeira Paz seja estabelecida.

Que Deus te abençoe e te conduza na oração!

Rev. Thiago Mattos

Igreja Presbiteriana do Tarumã

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