Quarto domingo do Advento.
Domingo. O nome desse dia da semana vem do latim dies dominicus, que quer dizer “Dia do Senhor”. O motivo pelo qual o primeiro dia da semana passou a se chamar assim é porque, desde o início da igreja, os cristãos passaram a se reunir no dia em que o Senhor Jesus ressuscitou dentre os mortos. É curioso que, neste ano, a véspera de Natal seja no mesmo dia em que lembramos da ressurreição de Cristo. Ainda que isto não seja novidade (afinal já aconteceu no passado e certamente acontecerá no futuro), isto acaba sendo um motivo de estranhamento em boa parte das igrejas evangélicas. E a razão pelo qual isso acontece é porque muitos irmãos não sabem celebrar o Natal verdadeiro.
Uma das grandes críticas que os cristãos fazem às celebrações natalinas seculares é que “Jesus não foi convidado para sua festa de aniversário”. E, sejamos honestos: se você já teve a oportunidade de celebrar o Natal com não cristãos você deve ter percebido como a figura de Cristo não foi lembrado nem sequer como personagem histórico importante, quanto menos como o Filho de Deus Salvador e Senhor do Universo. De fato, a crítica que os cristãos fazem a respeito de tais celebrações de Natal é verdadeira.
Celebrar o verdadeiro Natal.
No entanto, será que nós, como cristãos, poderíamos nos eximir da responsabilidade disso? Digo isso porque é justamente quando a véspera de Natal acontece no domingo que nós vemos algo por trás das celebrações natalinas, mesmo entre os cristãos. Evidentemente, nós amamos as festas, a comida, a troca de presentes e a reunião familiar e, certamente, devemos continuar celebrando esta data. Mas será que, ao fazermos isso, uma breve oração é suficiente para transformarmos a nossa festa em algo “santo”? Ou será que nossas festas não são idênticas às festas seculares com uma “oraçãozinha” para alívio da consciência dos crentes?
Para mudar isso, creio que nós devamos conduzir as celebrações do Natal, mesmo entre aqueles que não conhecem o Senhor. Será que não existe espaço para desligar a TV e cantar um hino? Ou, quem sabe, uma leitura bíblica e uma rápida meditação sobre o nascimento do Salvador? Mas, além disso, será que não seria possível comemorar o Natal de uma forma um pouco mais simples, sem glutonaria, bebedeira e presentes esbanjadores? Acredito que cada uma dessas coisas poderia contribuir para resgatarmos o verdadeiro significado do Natal, mesmo entre aqueles que não creem no Evangelho.
Mas, para além disso tudo, confesso que ainda existe algo que me incomoda tremendamente quando a véspera de Natal acontece em um domingo: o fato de que, normalmente, deixamos de celebrar a ressurreição de Cristo com nossos irmãos na fé para celebramos o nascimento de Jesus entre amigos e familiares que, em alguns casos, nem creem nEle como Senhor e Salvador. E, mesmo sem nenhuma mudança na forma de celebrarmos, ainda dizemos que “é para evangelizar os não crentes.” Evangelizar sem Evangelho? Assim, fica difícil…
Que a celebração do Natal nos lembre da proclamação do Evangelho! Feliz Natal
Rev. Thiago Mattos
Igreja Presbiteriana do Tarumã
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